Como funcionam os imunossupressores

Como funcionam os imunossupressores

Os imunossupressores são medicamentos que bloqueiam a resposta do sistema de defesa do nosso organismo. São prescritos para pacientes transplantados como tratamento crônico para evitar a rejeição do órgão, bem como para pessoas que sofrem qualquer tipo de doença autoimune. Em umComo.com.br vamos explicar para você como funcionam os imunossupressores.

Doenças autoimunes

Há uma série de doenças autoimunes, para as quais normalmente se prescreve o uso de imunossupressores, como por exemplo:

  • Doença de Addison
  • Doença Celíaca
  • Dermatomiosite
  • Doença de Graves
  • Tireoidite de Hashimoto
  • Esclerose múltipla
  • Miastenia grave
  • Anemia perniciosa
  • Artrite reativa
  • Artrite reumatoide
  • Síndrome de Sjogren
  • Lúpus eritematoso sistêmico
  • Diabetes tipo I
  • Psoríase
  • Vasculite
  • Colite ulcerosa

Sistema imunológico

O sistema imunológico é o mecanismo de defesa macrófagos do nosso corpo. Quando um agente infeccioso ou antígeno entra em nosso organismo, as primeiras células a detectá-lo são os macrófagos. Estes transformam o agente infeccioso de tal forma que é reconhecido pelos linfócitos T e linfócitos B, que se encarregam de produzir anticorpos. Os anticorpos evitam a multiplicação do antígeno e o anulam, para que mais tarde os fagócitos eliminem os restos.

Quando o sistema imunológico não funciona adequadamente, é impossível distinguir as células próprias das alheias. Em vez de lutar contra antígenos externos, as células do sistema imunológico ou os anticorpos que produzem podem ir contra as suas próprias células e tecidos por um erro. Este processo é conhecido como autoimunidade e os componentes envolvidos na ofensiva são chamados linfócitos auto-reativos ou auto-anticorpos. Quando isto ocorre, são produzidas as doenças autoimunes.

A maioria dos medicamentos imunossupressores interfere com os linfócitos T, células centrais na regulação da resposta imunológica, e podem englobar corticosteroides (como prednisona) e drogas não esteroides como ciclofosfamida, azatioprina, micofenolato, sirolimus ou tacrolimus.

Medicamentos imunossupressores

Os medicamentos imunossupressores perseguem os seguintes objetivos:

  • Induzir ou manter a remissão da doença.
  • Reduzir a frequência de recaídas ou reaparecimento da doença.
  • Reduzir a administração de corticoides enquanto se continua mantendo um adequado controle do processo.

A sua função fundamental é inibir o processo de inflamação provocado pela doença ou a possível rejeição do transplante. Isto é realizado por diferentes vias:

1. Os fármacos biológicos (adalimumab, etanercept, infliximab, rituximab, anakinra) são inibidores seletivos de uma molécula pró-inflamatória ou do seu receptor, interferindo assim e detendo o processo inflamatório que perpetua a doença e seus processos.

2. Fármacos citotóxicos (azatioprina, ciclofosfamida, clorambucil, metotrexate) provocam a morte celular ou impedem a proliferação, de forma seletiva e controlada, realizando um uso correto destes evita-se de forma secundária o processo inflamatório.

3. Fármacos imunossupressores (ciclosporina, leflunomida, tacrolimus), este grupo inibe a proliferação e adequada função dos linfócitos, responsáveis pela resposta inflamatória causadora das diferentes doenças autoimunes.

O tratamento costuma combinar a ingestão de vários imunossupressores, geralmente ciclosporina, azatioprina e corticoides, ainda que esta regra varie dependendo da pessoa. Em alguns casos, substitui-se a ciclosporina por tacrolimus, porque costuma ser mais fácil de controlar e tem menos efeitos colaterais. O mesmo ocorre com a azatioprina, costuma-se substituir pelo ácido micofenólico para proteger a medula. O everolimus e o sirolimus podem ser usados para substituir os inibidores da calcineurina para evitar o desenvolvimento de tumores.

Quase todos os imunossupressores afetam ou são afetados pelo uso de outros fármacos, de modo que é importante consultar o médico antes de começar a tomar outros medicamentos, produtos homeopáticos ou de herbolário.

A maioria destes medicamentos não age de modo seletivo, por isso o sistema imunológico pode perder a capacidade de resistir a infecções e à expansão de células cancerosas. É por isto que os níveis destas drogas devem estar bem controlados pelo médico responsável. Apesar de todos os seus efeitos, são imprescindíveis para o paciente e, na maioria dos casos, acabam sendo incorporados à vida diária como uma rotina.

Usos frequentes

A azatioprina é utilizada no tratamento da artrite reumatoide, na esclerose múltipla e na colite ulcerosa.

A ciclosporina é utilizada no tratamento da psoríase e da miastenia grave.

O micofenolato é utilizado em combinação com a ciclosporina na prevenção da rejeição no transplante de rim, coração e fígado. Também é utilizado no tratamento dos problemas renais associados ao lúpus eritematoso.

O sirolimus é utilizado em combinação com outras drogas, incluindo a ciclosporina e os corticoides, na prevenção da rejeição no transplante de rim. Também foi utilizado no tratamento da psoríase.

Este artigo é meramente informativo, no umCOMO não temos capacidade de receitar nenhum tratamento médico nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Convidamos você a recorrer a um médico no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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