O que ninguém conta sobre parto normal - 7 verdades!

O que ninguém conta sobre parto normal - 7 verdades!

Em 2009 o Brasil foi decretado como recordista mundial em cesáreas, o que era o topo da lista de nacionalidades onde a maioria dos nascimentos não são feitos por parto normal. Desde então, o número teve uma leve queda mais ainda apresenta uma taxa alta em comparação com outros países. Para que você entenda melhor esse fenômeno, os prós e os contras, o umCOMO reuniu O que ninguém conta sobre parto normal.

O que ninguém fala sobre a maternidade: por que há tantas cesáreas no Brasil?

Embora existam casos em que a cesariana seja inevitável e a única opção, a Organização Mundial de Saúde considera o parto normal mais seguro do do que a cesariana, já que ele oferece menos riscos para a saúde da mãe e do bebê.

A grande incidência de cesarianas no Brasil foi uma tendência que se iniciou nos anos 70 com a modernização e avanço dos sistemas e planos de saúde e desde então se estabeleceu como mais 'vantajosa' para as instituições que realizam pelo fato de poder ter uma hora e marcada e um tempo de duração mais ou menos previsto, enquanto o parto natural pode durar algumas horas ou até um dia inteiro.

Há também quem afirme que os médicos cesaristas convençam as gestantes que o parto cesárea é mais vantajoso já que eles conseguem realizar vários no mesmo dia ao invés de ocupar um dia inteiro com um parto normal. Outra explicação para a enorme incidência de cesáreas é o medo da dor que muitas mulheres desenvolvem após o relato de outras que já passaram por isso.

Violência obstétrica

A violência por parte de alguns médicos no momento do parto ainda é um assunto delicado e pouco comentado, visto que nem todas mulheres percebem que foram vítimas de um ato de agressão em uma hora tão delicada. Infelizmente, estima-se que 25% das mulheres sejam vítimas desse tipo de violência no momento de dar a luz no parto normal.

Estes são alguns dos abusos mais comuns e caracterizados como violência obstétrica:

  • Negar atendimento no momento do parto;
  • Se recusar a oferecer ajuda para aliviar a dor;
  • Agressão verbal (xingamentos, comentários constrangedores, piadas e deboche da situação) ou física;
  • Impedir a presença de um acompanhamento;
  • Dificultar o contato entre a mãe e o bebê;
  • Realizar procedimentos médicos sem avisar ou perguntar à paciente;

Apesar de ser difícil por parte da própria vítima reconhecer esse tipo de agressão, se ela acredita que sofreu violência obstétrica ela tem o direito de denunciar entrar com um processo contra danos morais através de um advogado. Para isso, é importante ter o prontuário médico e testemunhas legais.

Vantagens do parto normal

Qualquer gravidez tem seus riscos e particularidades, o que significa que nem todas as mães podem escolher o tipo de parto que querem para o seu momento de dar a luz. O mais indicado é informar-se com um médico de confiança e também com outras fontes.

Por ora, as vantagens mais conhecidas do parto normal são:

  • Recuperação pós-parto mais rápida e menos dolorosa;
  • Menor risco de infecções;
  • Estimula a produção do leite materno;
  • Útero volta ao tamanho mais rapidamente;
  • Voltar a caminhar logo;
  • Maior vínculo entre mãe e bebê;
  • Ajuda a eliminar o líquido amniótico das vias respiratórias do bebê.

Gases pós-parto

Os gases após o parto são um sintoma comum em muitas mulheres, embora seja mais comum após cesariana. O mais recomendável é expulsá-los de forma natural e evitar o uso de medicações.

Para mais informações, saiba como aliviar gases pós-parto.

Como ficam os órgãos depois do parto?

Dentre as muitas mudanças que acontecem na gestação, os órgãos estão envolvidos e após o parto, pouco a pouco vão voltando à sua forma normal no período que conhecemos como quarentena. No caso da vagina, ela sofre um estiramento durante o processo e deve voltar ao seu tamanho normal naturalmente. Ainda assim, existem exceções onde pode acontecer um alargamento do órgão genital. Para isso, recomendamos seguir os conselhos do artigo Como evitar o alargamento da vagina após o parto.

Quanto tempo demora para o útero cicatrizar?

O útero se expande até 50 vezes o seu tamanho durante a gestação. Após o parto, estima-se que o útero diminua cerca de 1 cm por dia, chegando a voltar ao seu tamanho original ao final do primeiro mês.

O que acontece depois do parto normal?

Apesar das vantagens do parto normal, é bem possível que a dor e a exaustão do processo façam que o primeiro encontro da mãe com o bebê não seja exatamente cheio de empolgação e energia como esperado. É normal se sentir assim após um trabalho intenso que exigiu o máximo da sua capacidade física e mental também.

Embora essa seja uma reação comum, é importante estar sempre atenta aos sintomas da depressão pós-parto. Sob qualquer suspeita de depressão pós-parto, é importante consulta-se com um especialista para receber os cuidados específicos.

Além disso, existem cuidados após o parto que são específicos no caso de parto normal. Em casos de episiotomia, existem procedimentos indicados para aliviar a dor e o incômodo da cicatrização.

Independente do tipo de parto, também é imprescindível manter uma dieta equilibrada que envolva todos os nutrientes após o parto, sem pular as refeições (aprofunde-se com o artigo Como se alimentar após o parto).

O que ninguém conta sobre ser mãe: a romantização da maternidade

Apesar de toda a beleza inegável no ato de ser mãe, hoje em dia muito se fala sobre a romantização da maternidade, um aspecto da gravidez que em muitos momentos pode virar uma premissa para o machismo. Isso porque mães têm um papel social pré-determinado pela sociedade patriarcal, onde a figura paterna, ou masculina, é vista sempre como dominante e superior.

Um dos pontos dessa romantização extrema é estipular que uma mãe deve estar o tempo todo pronta para lidar com todas mudanças e responsabilidades de cuidar de alguém que botou no mundo. De uma certa forma, a romantização da maternidade impõe que as mulheres coloquem-se automaticamente sempre por último-

Há também a questão do instinto materno que não é uma coisa tão instintiva assim como dizem por aí, já que dificilmente uma mãe de primeira viagem já nasce sabendo como amamentar ou como trocar uma fralda, por exemplo.

Assim como, sob essa perspectiva, elas não têm o direito de achar nada ruim e devem aceitar todo os mil palpites sobre o modo como aquela mulher está cuidando daquela criança. Palpites estes que começam a surgir assim que a barriga começa a crescer. A partir desse momento, a mulher começa receber uma série de conselhos e indagações sobre as suas escolhas.

Das coisas que ninguém fala sobre maternidade, está também o fato de que naquela fase da sua vida, principalmente no pós-parto, sua vida sexual dificilmente será como antes por conta das dores que podem persistir meses depois, além do cansaço extremo de cada dia e da rotina totalmente alterada.

O mercado de trabalho também é uma questão tabu no cenário da maternidade. Por mais que existam leis para isso, hoje em dia é comum que algumas mulheres mintam em entrevista de emprego dizendo que não têm a intenção de ter filhos, já que essa simples possibilidade pode ser vista como um ponto negativo na contratação de uma mulher.

Comentar a visão romantizada da maternidade não é desencorajar alguém a ter filho, mas é falar sobre uma questão pertinente que é um dos mais delicados tabus contemporâneos justamente por ser tão pessoal para cada mãe. Isso quer dizer que por mais que os artigos e textos ensinem, apenas cada mulher pode saber quais são as suas verdadeiras dores, delícias e dificuldades de viver essa experiência transformadora.

Este artigo é meramente informativo, no umCOMO não temos capacidade de receitar nenhum tratamento médico nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Convidamos você a recorrer a um médico no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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