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Dor nas pernas e menstruação - qual a relação?

 
Nathália Oliveira
Por Nathália Oliveira. Atualizado: 29 agosto 2023
Dor nas pernas e menstruação - qual a relação?

Se você é uma mulher que sofre com a TPM, sabe como ela pode afetar a sua vida, afetando não só o emocional, mas também sua saúde física. Além das temidas cólicas, mulheres em período menstrual também sofrem muito com dores nas pernas antes de menstruar, sendo um verdadeiro incômodo que, muitas vezes, pode até mesmo atrapalhar a rotina da mulher.

Mas será que essas dores nas pernas são comuns? O que é possível fazer para controlá-las e amenizá-las? Continue lendo este artigo so umCOMO e descubra: dor nas pernas e menstruação - qual a relação?

Por que sentimos dores durante a TPM e o período menstrual?

Se você sofre de cólica e dor nas pernas depois da menstruação, dores nas costas durante a menstruação ou dores nas articulações, saiba que esses são sintomas normais. Estima-se que 95% das mulheres sofram com cólicas menstruais e dores, mas, às vezes, elas são tão fortes que acabam as incapacitando de realizar suas atividades e compromissos diários, como estudar e trabalhar.

A dor nas pernas tem uma relação muito forte com a própria cólica menstrual. Com o corpo se preparando para menstruar, o organismo vai sofrendo algumas alterações hormonais. Alguns hormônios, como o estrogênio, começam a ser produzidos em maior quantidade, o que causa contrações no útero que, por sua vez, acaba por reduzir o fluxo de sangue na região - assim surge a cólica. Como a região pélvica possui uma rede de nervos, a dor da cólica pode acabar irradiando para as pernas, costas, ou outra parte do corpo. A dor nas pernas pode ser TPM e também pode surgir durante a menstruação, bem como as demais dores pelo corpo. Algumas mulheres podem relatar até mesmo cãibras durante essa época do mês.

A cólica, também chamada de dismenorreia, pode ainda ser dividida em duas categorias: primária e secundária.

Dismenorreia primária

É a cólica "comum" - que normalmente faz parte do ciclo menstrual. Ela ocorre pela produção do hormônio prostaglandina, que provoca contrações no útero para promover a liberação do endométrio. À medida que a produção desse hormônio aumenta, maior a dor sentida.

A dismenorreia primária está associada ao fluxo menstrual normal, e melhora assim que se passa pela adolescência - em mulheres mais maduras a dor pode diminuir ainda mais após o parto. A dismenorreia primária pode atingir qualquer mulher, mas no grupo de risco inclui-se fatores como:

  • Obesidade;
  • Tabagismo;
  • Alcoolismo;
  • Estresse;
  • Sedentarismo;
  • Puberdade precoce (antes dos 11 anos);
  • Fluxo menstrual irregular.

Nesse tipo de cólica, a dor é mais aguda e espaçada, durando de dois a três dias - geralmente no início do fluxo menstrual. A dor pélvica acaba por irradiar para a perna e outras partes do corpo. Caso a dor esteja dentro desse padrão, ela não é motivo de uma preocupação maior.

Dismenorreia secundária

A dismenorreia secundária ocorre por conta de alguma condição médica no sistema reprodutivo. Por exemplo:

  • Endometriose: o crescimento do tecido que reveste a parede do útero (endométrio) para fora deste caracteriza a endometriose. A enfermidade pode causar uma dor pélvica maior e que pode ser irradiada para outras partes do corpo
  • Miomas uterinos: tumores benignos dentro do útero. Caso pequenos, não costumam causar sintoma algum, mas, caso grandes, podem provocar dores que acabam irradiando para as pernas
  • Adenomiose: pedaços de endométrio descamado invadem a parede muscular do útero
  • Infecção dos órgãos reprodutivos
  • Cistos ovarianos
  • Anemia por deficiência de ferro
  • Pílulas anticoncepcionais e dispositivos intra-uterinos (DIU)

A dismenorreia secundária é adquirida: ela nasce a partir de uma condição médica anormal que afeta a região do útero. Na dismenorreia secundária, também há uma elevada produção do hormônio prostaglandina - o grande problema é que esse aumento da produção hormonal acaba interagindo com a enfermidade, potencializando processos inflamatórios e a dor.

A dor sentida é contínua e mais intensa que na dismenorreia primária, pode começar duas semanas antes do ciclo menstrual e pode perdurar até o final dele. É comum pensar que toda dor pélvica é apenas uma cólica simples, mas, em alguns casos, a dor da cólica pode estar sendo causada ou agravada por um fator etiológico ainda não identificado. Por isso é importante fazer um acompanhamento médico para identificar de forma precisa se existe algum fator piorando a sua dismenorreia.

Como aliviar as dores pelo corpo durante a menstruação?

A forma mais comum de aliviar os sintomas da cólica consiste em tomar um remédio analgésico, como ibuprofeno. Mas se você procura alternativas mais saudáveis e naturais para o alívio eficaz da cólica, existem soluções mais indicadas.

Você pode optar por remédios fitoterápicos ou homeopáticos ou até mesmo chás. Chá de camomila ou de canela são boas opções de remédios caseiros e naturais. Eles possuem propriedades anti-inflamatórias e relaxantes. Você pode consultar um farmacêutico ou um médico homeopata para saber qual a melhor opção para você.

Outra opção são as atividades físicas. Ainda que seja uma simples caminhada de trinta minutos, a prática de exercícios físicos ajuda na circulação sanguínea e libera endorfina, ajudando no alívio da dor. Você pode fazer também um alongamento, exercício de ioga, pedalar de bicicleta ou fazer o exercício que você já está acostumada a fazer, por exemplo.

Você pode colocar, também, uma compressa de água quente na região do baixo-ventre. O calor vai relaxar a musculatura, diminuindo as contrações do útero. Caso você não tenha uma compressa à mão, vale tentar um banho quente.

Outra alternativa é massagear a região dos ovários com movimentos circulares e suaves. Faça uso de óleos essenciais para potencializar os efeitos da massagem. Opções boas para o alívio da cólica são sálvia, alecrim e ciprestes.

Sobretudo, alimente-se corretamente! Durante esse período, invista em uma dieta rica em laticínios, alimentos com vitamina D e com ácidos graxos, frutas e hortaliças como vegetais escuros, banana, soja, aveia, beterraba, abobrinha, salmão e castanhas-do-Pará. Esses alimentos tem poder anti-inflamatório natural, além de serem poderosos relaxantes musculares. Outra aliada muito importante contra a cólica é a água. Não se esqueça de beber, no mínimo, dois litros de água por dia. Neste período do mês, não descuidar com a hidratação do corpo é particularmente especial.

Um suplemento natural que pode ajudar no alívio da cólica menstrual é o poderoso óleo de linhaça. Rico em ácidos graxos, ele ajuda a controlar a produção hormonal, quando esta é feita em excesso. Basta tomar uma colher de sopa por dia (15 gramas), sozinho ou misturado com alimentos. Caso você queira evitar o gosto, pode optar por tomar em cápsulas.

Alguns alimentos também precisam ser evitados! Tome cuidado extra com alimentos ricos em gordura, cafeína e embutidos, pois estimulam uma maior produção hormonal e podem piorar as dores. Evite também bebidas com álcool durante este período. Cuidado também com a carne vermelha consumida em excesso. Opte, portanto, por uma alimentação mais leve e balanceada.

Este artigo é meramente informativo, no umCOMO não temos capacidade de receitar nenhum tratamento médico nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Convidamos você a recorrer a um médico no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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