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Síndrome do rosto vazio

 
Juliana Ribeiro
Por Juliana Ribeiro. 17 maio 2022
Síndrome do rosto vazio

A pandemia causada pelo coronavírus ainda está presente, mas a vacinação em massa e outros avanços médicos permitiram o retorno progressivo da atividade social. Embora os cuidados devam ser mantidos, a eliminação das restrições culminou no fim das máscaras tanto em ambientes externos quanto internos. Mas muitas pessoas já estão experimentando um novo medo conhecido como síndrome do rosto vazio por causa disso.

Em muitos lugares do mundo, a máscara já não é obrigatória, exceto em centros sociais de saúde, farmácias ou transportes públicos. Mas parte da população ainda tem medo de tirar a máscara e pegar a Covid-19. Para descobrir tudo sobre esse medo e a síndrome do rosto vazio, recomendamos que você continue lendo este artigo no umCOMO.

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Índice

  1. O que é a síndrome do rosto vazio pós-máscara?
  2. Quem é afetado pela síndrome do rosto vazio?
  3. Como superar a síndrome do rosto vazio

O que é a síndrome do rosto vazio pós-máscara?

O medo de ficar sem a máscara resulta na síndrome do rosto vazio. É constituído por sintomas relacionados com a ansiedade em consequência da não-obrigatoriedade do uso das máscaras. O pânico com a eliminação dessa medida causa sentimento de vulnerabilidade, angústia, insegurança e descontrole da situação.

Em fevereiro, as máscaras não são obrigatórias ao ar livre, mantendo o distanciamento interpessoal. Desde abril, despedimo-nos das máscaras no interior dos lugares, exceto nos centros sociais de saúde e nos transportes públicos. Mas o simples hábito de usá-las por dois anos leva muitas pessoas a colocá-las para se sentirem protegidas da Covid-19.

Existem duas explicações para ter a síndrome do rosto vazio: medo de pegar coronavírus e exposição física. A segunda ocorre principalmente em adolescentes, pois nessa idade é dada especial importância ao físico e aos complexos, de modo que as máscaras também servem para resolver de alguma forma essas preocupações.

O medo da rejeição pela aparência física após a retirada das máscaras obrigatórias acentua complexos e inseguranças, reforçando assim a existência dessa síndrome.

Síndrome do rosto vazio - O que é a síndrome do rosto vazio pós-máscara?

Quem é afetado pela síndrome do rosto vazio?

Existem diferentes tipos de pessoas que são afetadas pela síndrome do rosto vazio ou pelo medo de remover a máscara. São os seguintes:

  • Pessoas com hipocondria ou com uma clara tendência a se preocupar com sua saúde.
  • Indivíduos com ansiedade ou que tiveram um episódio anterior relacionado à ansiedade. Também aquelas pessoas diagnosticadas com transtorno de ansiedade: agorafobia, fobia social, fobias específicas, ataques de pânico e até ansiedade generalizada.
  • Pessoas extremamente tímidas com perfil muito inibido, que sofrem de complexos físicos como o transtorno dismórfico corporal. São sujeitos propensos ao desenvolvimento dessa síndrome, pois vivenciam as relações sociais com ansiedade desproporcional.

De qualquer forma, são pessoas cujos perfis correspondem a comportamentos de evitação. Para se proteger do medo ou da ansiedade, elas param de fazer coisas, encontrar amigos e até mesmo não saem de casa em casos extremos. A "mask fishing", ou seja, o fato de parecer diferente sem máscara acaba por aterrorizá-los. Portanto, elas querem colocá-la para não se mostrar fisicamente. No entanto, longe de ser uma solução para esse tipo de comportamento, colocar a máscara provoca um aumento desse medo.

Como superar a síndrome do rosto vazio

Se você é uma dessas pessoas que sofre da síndrome do rosto vazio, no umCOMO queremos ajudá-lo a superar dando os seguintes conselhos:

  • Assuma que se trata de um transtorno de ansiedade: para enfrentar essa fobia, faça uma exposição gradual. Tenha em mente que cada pessoa precisa de seu processo de adaptação a qualquer mudança vivenciada e o seu caso não é exceção.
  • Use a máscara quando se sentir desprotegido: não é mais obrigatório usar a máscara, mas também não é proibido ficar sem ela. Além disso, ainda é essencial para determinados locais, como centros sociais de saúde e transporte público.
  • Rompa com a associação de ideias de segurança aliadas à máscara: essa ideia foi forjada no início da pandemia de Covid-19. É uma proteção psicológica que, atualmente, não faz sentido. Confiança nas vacinas, no sistema público de saúde, respeito ao distanciamento social e interpessoal devem ser suficientes para dispensar gradualmente a máscara e superar a chamada “mask fishing”.
  • Saia na rua sem máscara e caminhe por lugares pouco frequentados: comece por situações simples, não é necessário se expor desde o início em grandes multidões.
  • Peça ajuda: se a síndrome do rosto vazio ou o medo de tirar a máscara afeta o seu dia a dia e você considera que o está sobrecarregando, recorrer à ajuda psicológica ajudará a fazer com que aproveite os melhores recursos e aprenda novas ferramentas para enfrentar mudanças, como deixar de colocar a máscara para sair. Trabalhe as habilidades sociais e a resiliência para se sentir muito mais seguro nessa nova situação.

Esperamos que este artigo do umCOMO sobre a síndrome do rosto vazio e o medo de ficar sem a máscara tenha sido de seu interesse. Para ajudar a ultrapassar esta fobia, deixamos os seguintes posts com Exercícios de Mindfulness para ansiedade e Exercícios de alongamento para fortalecer o corpo.

Este artigo é meramente informativo, no umCOMO não temos capacidade de receitar nenhum tratamento médico nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Convidamos você a recorrer a um médico no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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